sábado, 4 de junho de 2011

Reunião do GTRR/RS

 
No próximo dia 11 de junho, sábado, às 13h30min, será realizado o segundo encontro do GT História das Religiões e Religiosidades da Associação Nacional de História/Setor RS (ANPUH/RS).
 
Na pauta discutiremos dois capítulos da obra O dossel sagrado: elementos para uma teoria sociológica da religião (São Paulo: Paulinas, 1985. p. 15-64) de Peter Ludwig Berger, “Religião e construção do mundo” e “Religião e manutenção do mundo”.
A obra completa para download pode ser encontrada neste endereço:
 
No mesmo dia será realizada reunião administrativa do GTHRR/RS com a seguinte pauta:
 
  1. Avaliação do GTHRR (fundação, consolidação, divulgação, blog e projeção do GT em eventos e publicações)
  2. representações regionais (relatório)
  3. ampliação dos membros do GTHRR/RS
  4. divulgação de eventos
  5. assuntos gerais
Local do encontro
Sede da ANPUH-RS, Rua Caldas Júnior, 20 - Sala 24 - Centro de Porto Alegre.
Dia 11 de junho, às 13h30min.
 
A reunião é aberta a interessados que desejem se aventurar no estudo da História das Religiões e de pesquisadores sobre o tema.

domingo, 17 de abril de 2011

Afinal o que é a História???

"História" é um termo que possui vários significados. Os siginificados básicos são três:
  • fatos e processos sociais ocorridos em um determinado espaço e tempo (ex: história do Brasil);
  • uma disciplina cujo objeto é o anterior e cujos especialistas são historiadores que se ocupam (ex: História do Brasil);
  • o conjunto das obras que resultam do trabalho de tais especialistas (ex: História Geral do Brasil Antes de Sua Separação e Independência de Portugal, escrita por Francisco Adolfo de Varnhagen),
A confusão é entre o primeiro e o segundo dos significados enumerados. Segundo as regras ortográficas da lingua potuguesa vigentes no Brasil, os nomes das disciplinas devem ser escritos com inicial maúscula. Assim,, usaremos neste blog História para designar a disciplina (a História que fazem os historiadores, o conhecimento de uma matéria) e história para a história que que fazem os homens na sua prática social (a matéria daquele conhecimento).
Segundo o historador Marc Bloch, a história é a "ciência dos homens no tempo".  Seria a história uma ciência?, se pergunta  o historiador Ciro Flamion Cardoso. Bonito não? Mas o que isso siginfica? Essa pergunta, "o que é a história?", é objeto de reflexão de muitos profisionais que trabalham com história, não só historiadores, mas também filósofos. O campo que estuda essas perguntas é a teoria da história,e seus questinadores são chamados de filósofos da história. Essas perguntas são feitas há  muito tempo, desde o século XIX, e ainda hoje continua suscitando dúvidas e perguntas na cabeça de muita gente, desde os profissionais que trabalham com história, até o estudante da 7ª série que se pergunta "Por-que-raios-eu-tenho-que-estudar-sobre-coisas-que-aconteceram-uma-época-que-eu-nem-tinha-nascido???".
Bem vou tentar explicar isso agora através da leitura que ifz de dois textos dos já citados historiadores Marc Bloch e Ciro Flamarion Cardoso.
A frase de Marc Boch que citei acima, é um bom ponto de partida. Com isso, ele quis dizer que a história investiga as ações dos homens através do tempo ou o estudo científico das sociedades humanas no tempo, e explicar as relações entre diferentes grupos, unindo passado e presente. Ora, mas por que ele disse isso? Por que são através dessas relações que a história se faz. Dizemos que o ser humano, o homem, é que constrói a história, e que por isso ele é um "sujeito histórico".
Um ponto de vista comum entre os leigos e entre os próprios historiadores é de que a História investiga o passado. Mas Marc Bloch, refuta isso, uma vez que segundo ele, "o pasado não é objeto da ciência". Ele critica a idéia que que o estudo da História sirva apenas para explicar, justificar ou condenar o presente ou o passado. Hoje o que é mais importante no estudo da História é compreender o presente através das ações dos homens no passado.
Muitos pesquisadores se perguntam se a história é uma ciência, como vimos na pergunta de Ciro Flamarion Cardoso. Para alguns cientistas e filósofos, principalmente os ligados ao neopositivismo, a História não é nem pode ser uma ciência. A crítica é a de que se a história é a ciência que estuda o passado, ela não pode ser uma ciência já que o passado não é um objeto conncreto. Outra crítica que se faz à história é a de que ela não se baseia em leis ou fórmulas, como nas ciências exatas. Nas ciências chamadas exatas, é possível provar algo com absolta certeza, diferente da história  que se utiliza apenas de vestígios e teorias.
Paul Veyne diz o seguinte: "...a história é um conjunto de acontecimentos dos quais cada um é determinado, mas dos quais só alguns são objetos da ciência, e cuja totalidade é um caos que não é mais científico do que o conjunto dos fenômenos físico-químicos que se produzem durante um dado intervalo no interior de um perímetro determinado da superficie terrestre. A fronteira que separa a história da ciência não é a do contingente e do necessário, e sim a da totalidade e do necessário". Para Pau Veyne, o historiador poderá no máximo aspirar a atingir certas "zonas de cientificidade" em meio à caótica totalidade dos acontecimentos históricos.
 Ciro. F. Cardoso diz que não há obstáculos para que a História possa ser uma ciência, e que segundo Pierre Villar, dizemos que a conquista do métodos científico em História ainda está se elaborando, e que portanto a História é uma ciência em construção. E como se diabos explica isso?? Vejamos:

A História é uma ciência em construção por que não se utiliza de verdades absolutas e porque não possui uma metodologia científica precisa e única. Ela é mais particular porque cada historiador utiliza métodos diferente para interpretar um fato histórico de acordo com suas idéias. 
Cada fato histórico é único e irreversível. Duas guerras civis apesar de terem a mesma denominação não serão iguais pois ocorrem em lugares diferentes, envolvem pessoas diferentes, em épocas diferentes e idéias diferentes. Cada acontecimento histórico possui um contexto único.
A história é irreversível, assim como o tempo também o é. Não se pode voltar em uma determinada época e tentar mudá-la ou estudá-la, nem mesmo tentar reproduzí-la, pois isto envolve diferentes épocas. Uma eleição para presidente não será igual à seguintes, mesmo tendo o mesmo presidente eleito.
Os conceitos em história não podem ser  definidos por que a história é hermenêutica, isto é, interpretativa. Cada historiador explicará seu conceito de acordo com a interpretação que ele fará de um determinado acontecimento  histórico.


Fonte: CARDOSO, Ciro Flamarion S. Será a História uma ciência? In: Uma introdução à História. Editora Brasiliense 7ed. 1988, p. 8-45.
BLOCH  Marc. Apologia da História ou o ofício do Historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2002. p. 7-67.




sexta-feira, 25 de março de 2011

Dicas para aprender História

Estas dicas foram tiradas do livro didático "Nova História Crítica" do autor Mário Schimidt. São dicas  valiosas para quem tem dificuldades em aprender história e para quem quer melhorar o seu senso critico. Eu acrescntei algumas coisas ertinentes e modifiquei algumas que achei incoerente, mas no geral o texto é do Mário.

  •  Em primeiríssimo lugar, jamais perca tempo decorando datas, listas de nomes de reis, presidentes, generais e ministros, nomes de tratados e de batalhas. As datas e nomes vão aparecer para você localizar as coisas. São parecidas com as etiquetas de um fichário, mas não precisam ser memorizadas, afinal, decorar é o contrário de raciocinar.
  •  Procure ter uma visão geral sobre um assunto antes de se aprofundar, através de resumos.
  •  Procure tirar o maior proveito possível das ilustrações, gráficos e esquemas fornecidos pelo seu professor. Tente arrancar todas as informações que elas proporcionam.
  •  Nas ilustrações, observe o que elas informam sobre a cultura de uma época: os prédios, as roupas, os objetos, as ferramentas, os gostos, o que se considerava bonito e importante. Examine-as com cuidado, veja se descobre detalhes novos. A atividade de um historiador alia o raciocínio com a paixão e com a curiosidade. Quanto mais curioso melhor, não se contente com o que está na sua frente, busque conhecer sempre mais!
  •  As tabelas, gráficos e ilustrações são retiradas de outras obras. O professor pesquisou bastante para usá-los na aula. Essa observação é importante para você perceber que todos nós aprendemos com os outros. O professor não é o dono da verdade da História nem sabe tudo.
  •  De vez em quando seu professor poderá usar um texto complementar. Geralmente foi escrito por um grande historiador e serve para incrementar as informações que você já possui. Preste atenção porque nele você pode encontrar idéias que seu professor não apresentou. Algumas idéias podem até discordar daquilo que o seu professor lhe apresentou. Com isso, você perceberá que o trabalho dos historiadores é feito por meio de confronto de idéias opostas.
  •  Junto com o texto, seu professor pode apresentar algumas questões que devem ser respondidas sempre de acordo com o que o autor do texto complementar escreveu. Mas também será importante você relacionar essas informações com o que já aprendeu durante as aulas.
  •  O texto complementar e as reflexões sobre ele servem para várias coisas: acostumar você à linguagem dos historiadores profissionais; ensinar a ler um texto e interpretá-lo; mostrar que qualquer conhecimento científico precisa de dúvida, do questionamento, da polêmica. Em outras palavras, por intermédio deles você pode construir o seu próprio conhecimento.
  •  Afinal, se não é para decorar, o que é que devemos estudar? Para começar, repare que as perguntas que serão feitas, jamais serão a respeito de um nome, de uma data, ou de uma batalha. Decoreba nem de longe! O que será apresentado são as perguntas que você sempre deve formular para compreender um processo histórico: quais foram as causas? E as conseqüências? Como elas se relacionam?
  •  Repare que algumas vezes seu professor fará perguntas em que você não vai encontrar a resposta nos textos que ele apresentou. Nesse caso, a resposta deve ser encontrada por você mesmo, com a sua inteligência, seus conhecimentos, sua experiência, na troca de idéias com seus colegas. Ou seja, não existe uma resposta certa, a não ser que você queira ser "o dono da verdade". Porque não existe uma receita pronta nem um caminho infalível: o conhecimento histórico é construído pela dúvida e pelo diálogo. Essas perguntas servirão para você exercer o seu senso crítico e não têm uma única resposta certa. Elas são feitas de acordo com as idéias de cada um.
  •  As reflexões críticas revelam como o assunto histórico apresentado tem muito a ver com a atualidade, e nos deixam a lição principal: jamais aceite alguma coisa porque alguém dissera que era verdade. Procure saber a razão de tudo, recuse o que não for explicado, questione as coisas por diversos lados.
  •  Lembre-se de que nos livros você não vai encontrar a verdade definitiva sobre a História. Primeiro, por que em lugar nenhum você encontra uma verdade definitiva. Segundo, porque o choque entre idéias diferentes, o debate, a crítica ao que os outros pensam e ao que nós mesmos pensamos, e a polêmica são fundamentais para a construção do conhecimento.
  •  Procure ler cada frase com espírito crítico. Você não deve aceitar tudo o que está nele só porque é um livro didático! Nem o autor nem ninguém são entidades supremas que possuem todo o saber do mundo. Se você não gosta de uma explicação, se você discorda de uma conclusão, se pensa diferente do autor, procure discutir isso com seus colegas. Fale com seu professor, debata com ele e a sua turma. Converse com seus pais a respeito. Peça para seu professor indicar livros e outras fontes onde você possa conhecer melhor o assunto que o despertou. Não seja escravo do livro didático.
  •  Para dar uma aula, o professor precisa ler muitos livros. Tudo o que ele está lhe ensinando foi obtido através da leitura de outros livros, de outros historiadores, ou seja, o professor não é o dono do saber absoluto. Ele também aprende muito com os outros.
  •  Na hora de dar uma aula, muitas vezes o professor fica na dúvida: "Esse historiador explica um acontecimento dessa maneira. Esse outro tenta mostrar que o mesmo acontecimento teve outros motivos. Qual dos dois parece mais verdadeiro?" Quando você estiver numa aula de História, pode ter certeza de que ela poderia ter sido dada de outra maneira, tão válida como esta. Por isso, nunca se esqueça de que duvidar e questionar são atividades muito saudáveis.
  •  A conclusão disso tudo é que o professor também tem dúvidas na hora de planejar uma aula. E na hora em que a aula fica pronta, o professor sempre se pergunta: "Será que é assim mesmo que eu deveria ter escrito?" Saber disso não deve levar você a ficar inseguro. Ter dúvidas, criticar, querer saber mais, não leva ninguém a se perder. Ao contrário, a crítica nos ensina a pensar por conta própria, sem nos submetermos a ninguém. Como nos ensinou o filósofo Emmanuel Kant, o principal objetivo da educação é ensinar as pessoas a pensar com autonomia!
  •  Leia muito!!! Quanto mais exercitamos a leitura mais estamos melhorando nossa capacidade crítica. Não fique só no livro didático, procure em jornais ou revistas ou no noticiário da TV, assuntos atuais ou antigos que possam ser relacionado com o tema que você está estudando.
  •  Quando estiver estudando um assunto específico, use vários textos de autores diferentes e compare as idéias deles. Nem todos os historiadores pensam iguais. Veja com qual delas você concorda mais e porque.
  •  Ao ler um texto, procure lê-lo diversas vezes. Isso é importante, pois algumas idéias acabam escapando numa primeira leitura. Ao lê-lo de novo, você terá um melhor entendimento do texto e poderá destacar aquilo que você achar de mais importante. 
  •  Procure ter sempre com você um dicionário caso você encontre alguma palavra que não conheça. Quando se estuda História, é importante entender quais os conceitos que são utilizados e o que eles significam.
  •  Se você achar difícil de entender a linguagem dos textos que seu professor utiliza, não desanime. Com o tempo você acostuma e ler bastante ajuda muito nisso. Tenha certeza que se seu professor utiliza essa linguagem é porque ele tem plena certeza de que você é inteligente e capaz o bastante para compreendê-lo, mas se tiver dúvidas não tenha receio de perguntar a ele, é para isto que ele está lá.
Se quiserem saber mais sobre Mário Schimidt e o seu livro "Nova Hostória Crítica" leia o artigo da Wikipédia sobre ele atravé do link:


Boa Sorte!

quinta-feira, 24 de março de 2011

Sejam Bem-Vindos

A partir de hoje, este será um espaço com múltiplas funções  ligadas à História. Aqui será um espaço para:
  • Divulgações em geral (eventos, notícias, artigos, filmes, documentários, livros, descobertas, opiniões);
  • Estudantes de ensino fundamental e médio encontrarem dicas para facilitar o estudo da história e dicas de onde pesquisar sobre temas específicos;
  • Mostrar o dia-a-dia de um Historiador como professor/pesquisador para aqueles que querem conhecer mais sobre a profissão.
  • Divulgação de oportunidades de emprego para professores em todo o Brasil.
  • Divulgação de links para blogs e sites sobre Historia.
Envie seu texto, notícia ou evento que publicaremos aqui. Caso queira fazer alguma sugestão, entre em contato pelo e-mail:
     

Até a próxima!